Pacote vai abranger empresas de faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões por dois meses. O governo federal, por meio do Banco Central, anunciou nesta sexta-feira (27/3) medida de pagamento de salário de dois meses para pequenas e médias empresas. De acordo com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em parceria com o BNDES, Ministério da Economia e bancos privados, haverá uma linha de crédito emergencial para empresas com faturamento entre R$ 360 mil a R$ 10 milhões, para financiar as folhas de pagamento por dois meses, em um montante de R$ 20 bilhões por mês. Serão R$ 40 bilhões no total. As empresas que aceitarem a linha de pagamento não podem demitir o funcionário por dois meses. A medida deve entrar em vigor na próxima semana. “O dinheiro vai direto para folhas de pagamento. A empresa fecha o contrato e o dinheiro vai direto ao CPF do funcionário. Ela fica só com a dívida”, disse Campos Neto. Segundo o presidente do BC, a medida deve alcançar 1,4 milhões de empresas e 2,2 milhões de pessoas, limitado a quem ganha até dois salários mínimos. Dos R$ 20 bilhões, R$ 17 bilhões serão financiamento do Tesouro e operacionalizados via BNDES. Outros R$ 3 bilhões são dos bancos privados. As operações terão taxa de juros de 3,75% ao ano, com 36 meses para pagamento. Em entrevista coletiva ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, explicou a dinâmica do financiamento: o Tesouro Nacional disponibilizará os recursos e aplicará os subsídios. O BNDES, por sua vez, operará os recursos do Tesouro por meio da conexão aos bancos, com repasse aos privados, que acrescentarão o valor. No fim, quem opera na conta é o banco privado, que detêm a folha de pagamento e depositará direto na conta do trabalhador. A função do BC será de supervisionar e averiguar se tudo está sendo feito de acordo com as regras de cobrança e taxa de juros. Fonte: jota.info/tributos-e-empresas/mercado/coronavirus-pequenas-medias-empresas-27032020